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Início Expedições Trekking ao Acampamento Base do Everest

Trekking ao Acampamento Base do Everest

  • Leonardo
  • 2 de junho de 2025
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Em Outubro de 2010 fiz uma viagem de 26 dias pelo Nepal, caminhando até o Everest Base Camp. Ao invés de ir para Lukla de avião, eu peguei um ônibus em Kathmandu e fui até Jiri. E comecei a caminhar de lá.

Foi interessante caminhar o trecho de Jiri até Lukla, pois já não é mais um trecho tão usado pelos turistas, pois é mais fácil pegar o avião direto para Lukla. Foi muito legal ver um Nepal mais rural, sem a presença maciça de turistas. Foram 7 dias de caminhadas até Bupsa, perto de Lukla.

A primeira parte do trekking, foi incrível. Andar de ônibus pelo Nepal e depois caminhar 7 dias sem encontrar muitos estrangeiros foi uma experiência e tanto. Encontrei apenas um grupo de estrangeiros no início do trekking e quando já estava chegando em Lukla encontrei um francês que estava descendo, fazendo o caminho contrário do meu. A caminhada é difícil, com muitas subidas e algumas descidas. Mas ganhamos bastante altimetria neste trecho.

A partir de Lukla o trekking ganha dimensão, podemos perceber a nossa pequenez em relação ao mundo. A caminhada continua árdua, a cada dia ganhamos um pouco mais de mais altitude. Lukla já está a quase 3.000 metros de altitude. A última vila em que dormi, Gorakshep, já está a mais de 5.000 metros. O caminho é incrível, a partir de Namche Bazaar a vegetação começa a mudar e começamos a ver os picos nevados ao fundo. Entre Namche Bazaar e Tengboche, caminhamos com o Ama Dablam, uma montanha linda, sempre à nossa esquerda. Em Tengboche já podemos ver o Everest majestoso ao fundo. A partir de Pheriche a paisagem fica lunar e estamos quase entrando no glaciar do Khumbu. Logo antes de entrar tem o memorial do Everest, com pedras, simbolizando as pessoas que perderam a vida na montanha. Tantos nomes conhecidos, de livros que já tinha lido. Muito emocionante.

Segue-se pela margem esquerda do glaciar, até Gorakshep, última vila antes do acampamento base do Everest. No mesmo dia já fui até o acampamento base, voltei para Gorak Shep e no dia seguinte, ainda de noite, subi o Kala Patthar para ter uma vista do Everest. Quando cheguei ao cume o sol ainda estava nascendo. E o Everest estava lá, imponente. Eu estava de frente para a maior montanha do mundo. 

Dados da Expedição

Distância: aproximadamente 200 km
Data de Início: 20/09/2011
Duração: 25 dias
Veículo: Bota de caminhada
Lugares Visitados: Perdi as contas
Integrantes: 1

Itinerário

Rotas

Kathmandu → Jiri → Shivalaya → Kinja → Junbesi → Deurali → Nunthala → Bupsa → Phakding → Namche Bazar → Tengboche → Pheriche → Lobuche → Gorak Shep → Everest Base Camp → Kala Patthar

Ama Dablam
Vista da trilha, antes de passar Lukla

Destaques

01 Ônibus no Nepal

A viagem de ônibus de Kathmandu para Jiri foi uma coisa à parte. Só esse trajeto poderia ter sido uma viagem em si. Tudo que lemos sobre viajar de ônibus nesses lugares, se fez presente. Ônibus quebrado, atraso, lotação máxima, bichos dentro e em cima do ônibus. Foram 10/12 horas de uma viagem que eu não me esqueço. Mas faria de novo a qualquer hora.

02 Nepal rural

A primeira parte da trilha foi por um caminho que já não é mais utilizado pelas pessoas que caminham pela região. Com o aeroporto de Lukla, esta parte ficou esquecida dos turistas. Foi muito interessante percorrer estes 7 dias sendo, praticamente, o único estrangeiro no local. Como não tem muito turismo, tudo é mais rústico, o lodges são mais simples, as comidas – geralmente – são na casa das pessoas. Elas cozinham para elas e fazem um pouco mais para quem estiver caminhando por ali. O povo nepalês é muito acolhedor, e a experiência de passar por centenas de vilas e poder compartilhar essa vivência com pessoas que moram muito afastadas de grandes centros foi muito enriquecedor. 

03 Diferenças Culturais

A cultura nepalesa é muito rica, e eu acho que ter tido a experiência de conhecer um Nepal, sem muito toque do ocidente, foi muito interessante. Na primeira parte da trilha não era possível escolher a comida, eu comia o que eles estavam preparando para eles. No café da manhã, um chá com chapati e queijo de Iaque, no almoço Dahl Bhat (uma sopa de ervilha com arroz, e muita pimenta) e na janta mais Dahl Bhat.

Iaques na trilha
Escala das montanhas
Roda de oração

04 Chuva é só chuval

Eu comecei o Trekking alguns dias antes da temporada, para tentar pegar os caminhos mais vazios. Deu certo, pois só peguei um tráfego intenso na descida de volta para Lukla, de onde peguei o avião. Porém, eu cheguei no final da época de monções (chuvas). Então, os primeiros dias foram de muita chuva. E isso me fez pensar muito, pois a única maneira das pessoas irem de um lugar para outro, naquela região é andando. E a chuva não impediu ninguém de fazer isso. A vida seguia normalmente. Isso é muito diferente das cidades brasileiras, onde, quando chove, ninguém quer sair de casa. Minha relação com a chuva mudou um pouco depois dessa viagem.

05 Natureza

Conforme vamos subindo a cordilheira do Himalaia, a vegetação vai se transformando, a temperatura vai diminuindo e as vistas vão ficando muito diferentes . A perspectiva muda, vemos como o mundo é grande. Em Tengboche eu acordei antes do sol nascer para subir uma montanha que tinha atrás do lodge para ver o sol nascendo, é indescritível. Em Pheriche, à noite a lua estava quase cheia, e como não tem muita interferência de luzes, parecia dia e todas as montanhas estavam iluminadas. É difícil colocar em palavras o que se vê neste trekking, seja indo de Jiri até Lukla, ou de Lukla até Namche Bazar.

06 Pontes

São muitas pontes para se atravessar, por todo o trekking. Algumas estão a mais de 100 metros de altura. Cada uma delas promove um certo frio na barriga, cruzar um desfiladeiro de mais de 100 metros, passar com um rio super caudaloso logo embaixo. Mas todas são uma experiência incrível. Quando estava chegando em Lukla, uma delas estava em reparo e tivemos que fazer um desvio pela encosta da montanha, acho que foi um pouquinho mais tenso do que passar pelas pontes.

07 Nepaleses

O nepalês é um povo muito carismático e acolhedor. Todas as minhas interações foram incríveis. Quando o ônibus quebrou, tive muitas conversas interessantes, claro que muita coisa por sinais. No caminho para Nunthala tive a oportunidade de ver um pequeno templo budista e o monge (o único), me deixou ficar um tempo dentro do templo sozinho. Uma noite pude dividir uma espécie de cachaça, feita ali nas montanhas, com alguns nepaleses. Em Tengobche assisti a uma cerimônia budista, em um templo muito lindo que tem lá.

08 Dimensão das montanhas

Depois que passamos de Namche Bazar, começamos a ver a dimensão das montanhas e da gente. Nos sentimos muito pequenos diante da escala das coisas naquela região. Nossa pequenez se faz totalmente presente naquele lugar.

Galeria

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Desafios & Aprendizados

É possível ir muito longe caminhando

Eu caminhei 200 km, aproximadamente. Nunca tinha andado tanto. Já fiz travessias e viagens onde caminhei bastante, mas nunca por tanto tempo. Quando eu saí de casa eu estava bastante preocupado se ia conseguir completar o percurso, ainda mais porque iria andar 6/7 dias a mais do que todo mundo anda normalmente.

Nos primeiros dias, com a chuva, eu me questionava o tempo inteiro onde eu tinha me metido. Mas os dias foram passando, o tempo foi melhorando e com isso meu humor foi melhorando. O corpo foi se acostumando e tudo fluiu. Não foi uma caminhada fácil, longe disso. Mas não foi impossível como eu temia que fosse e no final, consegui atingir o objetivo de ver o Everest de perto. Me lembrando disso enquanto escrevo, eu ainda fico arrepiado.

Altitude

A altitude se faz presente no trekking. Logo após Tengboche entramos na casa dos 4.000 metros e só saímos quando estamos voltando para Lukla. São vários dias acima de 4.000 metros. Com um dia dormindo acima dos 5.000 metros. Foi minha primeira experiência em altitude e eu senti bem ela, principalmente na casa dos 5.000 metros. A noite em Gorak Shep foi bem dura. Muita gente tossindo e passando mal. Uma pessoa foi resgatada de helicóptero enquanto estava lá. A subida até o Kala Patthar (5.600 metros) foi difícil, eu andava bem devagar, tentando pegar fôlego. Não é algo para ser tratado de forma leviana.

Na volta para Lukla eu tive bastante diarréia, um pouco por conta da altitude e um pouco por conta da quantidade de pimenta que eu estava comendo. Não estou acostumado a comer pimenta.

Começar em Jiri tem o benefício de ir ganhando altitude de forma gradual, parece que o corpo se adapta melhor. Deixar dias de descanso em determinada altitude ajuda bastante na aclimatação, eu coloquei 2 no meu trajeto. 

Caminho
Templo
Caminho
Escolha bem o seu calçado

Calçado de montanha é um bicho complicado. Botas são duras e desconfortáveis, pelo menos para mim. A minha bota eu imagino que tenha amaciado pouco, devido às bolhas que tive no calcanhar. O pé chegou bem sofrido. Recomendo ir com uma bota antiga, já bem amaciada. A minha eu fiz algumas caminhadas depois que comprei, mas com certeza foram poucas.

Comida

A comida é muito apimentada. De Jiri até Lukla, as opções são muito limitadas, sem resumem a Dahl Baht. A partir de Lukla já é possível comer outros tipos de comida, inclusive algumas coisas de frango. De carne de vaca ou porco não é possível, eles não comem. Em Gorak Shep, a 5.160 metros de altitude, eu tive a oportunidade de comer uma pizza com queijo de Iaque, experiência incrível depois de praticamente 15 dias de caminhada.

Namche Bazar possui algumas padarias muito gostosas, depois dali as coisas ficam mais simples, mas ainda existem mais opções, do que de Jiri até Lukla. Chocolates e refrigerantes também são possíveis de encontrar a partir de Lukla.

Iaques são grandes e Passam por cima

O encontro com os iaques na trilha são momentos de tensão. Eles passam carregados de mochilas dos trekkers e simplesmente vão andando. A maior parte das trilhas segue no meio da encosta das montanhas, então de um lado de um precipício e do outro a subida da encosta. Se ver um, suba e saia do caminho, eles são grandes e imponentes.

Relatos

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De ônibus no Nepal
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Leonardo

Amante da natureza. Pedala, corre, surfa, faz trilha, rema de SUP, caiaque, canoa, viaja de carro ou de moto. É pai de 2 crianças lindas. Vive a vida tranquilamente em Paraty. Procura o contato com a Natureza diariamente, mesmo trabalhando como desenvolvedor de software 8h por dia. E ainda arruma tempo para viajar.

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