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Moto quebrada na Estrada Real

  • Leonardo
  • 3 de março de 2025
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Abro o zíper da porta da Barraca e vejo o sol baixo, nenhum movimento no camping em Tiradentes. A temperatura está agradável em Setembro. São 06:30h e começo a arrumar a bagagem para colocar na moto para voltar para casa. Recolho tudo de dentro da barraca e coloco para fora. Saco de dormir, isolante térmico, roupas. Desmonto a barraca, dobro direitinho e começo a colocar tudo dentro da mala da moto. Todo o processo é rápido, estou pegando o jeito. Mas o faço devagar, sem pressa.

Subo na moto e logo estou na porta do camping. Sinto o peso de ter rodado 400km no dia anterior para chegar em Tiradentes. Agora tenho mais 450 km para voltar pela estrada real até Paraty. Tudo isso é um treinamento para ir ao Atacama de moto. Preciso estar preparado para encarar as horas e mais horas na estrada.

O camping fica atrás da linha do trem. Ontem quando cheguei, fiquei 5 min esperando o trem passar para poder cruzar o portão do camping. Agora está vazio, parece que a cidade inteira dorme. Sigo para o centro de Tiradentes, onde começa minha jornada de volta. O GPS já está com o caminho que preciso seguir carregado. Sigo até a igreja da Matriz, meu ponto de partida. O Sol ainda não está visível, mas já está claro. Paro por uns momentos. Tiro algumas fotos e me preparo para seguir viagem.

Acampamento
Igreja da Matriz

São 08h, subo na moto e dou a volta no centro de Tiradentes. Saio da cidade por uma rua de terra, que corta um bairro. Logo entro em uma estrada de asfalto que me leva até São João del Rey. Cruzo São Del Rey, e entro em uma estrada de terra que vai cortando diversas fazendas. A todo momento encontro porteiras que tenho que abrir, passar e depois fechar.

Sigo apreciando a paisagem e indo em direção a São Sebastião da Vitória. A estrada vai seguindo por dentro de pastos, cruzando rios e seguindo algumas trilhas, mas sem dificuldades para seguir com a moto. Continuo olhando tudo em volta. Quando de repente, a roda da frente da moto cai dentro de um mata burro. Eu estava distraído e não vi o mata burro chegando. A suspensão vai até o fim do curso, o quebra vento da bolha quebra e eu sinto um baque na minha mão. A moto passa o mata burro e eu paro. Olho tudo em volta e nada quebrado, além da bolha. Olho a moto inteira e está tudo em ordem. A mão dói um pouco, bebo uma água, subo na moto e continuo.

Visual

Começo a andar com mais cautela e não me deixar levar, tanto, pelas maravilhas do caminho. Chego a São Sebastião da Vitória e cruzo para outra estrada de terra em direção a Caquende. A estrada continua linda e cortando por fazendas, pastos e rios. 

Chego a Caquende. Uma vila muito pequena à beira de uma represa. Tenho que cruzar até a outra margem da represa para seguir em direção a Carrancas. Vou até a beira da represa e não tem nenhuma balsa para atravessar. Volto para a praça da vila e paro em um bar para beber uma água e ver como posso atravessar. Converso com as pessoas que estão por ali e elas me informam que tem uma pessoa que faz a travessia em um barco e ele poderia me levar até a outra margem. O rapaz liga para o dono do barco, e combina de fazermos a travessia. Espero o tempo dele chegar com o barco desde a outra margem até a nossa. Vou até a represa e o vejo chegar. O amigo que ligou vem junto para ajudar a colocar a moto em cima do barco.

Represa em Caquende

O barco chega e sentimos um pouco de dificuldade de colocar a moto em cima dele. Após alguns minutos a moto está no barco e estamos saindo para cruzar até a outra margem. A travessia é curta. Eu estou sentado na moto, como se estivesse andando, mas só tem água do lado. É uma sensação estranha. Já na outra margem, mais algumas pessoas vêm nos ajudar a tirar a moto de cima do barco. Agradeço todo mundo, me preparo, dou a partida. Jogo a primeira, acelero e nada. Viro o acelerador o máximo que posso e nada. A moto fica parada. Todos que me ajudaram já seguiram para o bar que fica mais a frente.

Chegando na outra margem

Vendo que não tem jeito, empurro a moto, até deixar a represa para trás e chegar no bar. Pergunto se tem alguma oficina ou alguém que possa olhar o problema e não tem. A vila é bem pequena.. Tenho que seguir até Carrancas ou Itutinga para poder resolver, me informam. Avalio minhas opções. É um Domingo, nada vai estar aberto e nenhuma destas cidades. Sento um pouco, tomo mais uma água. O clima agora está bem quente e as roupas da moto incomodam. Bato papo com as pessoas no bar para tentar pensar no que posso fazer.

Enquanto estou ali, ponderando, o dono do bar chega e vamos dar uma olhada no que pode ter acontecido. A roldana que prende o cabo de aço para o acelerador partiu. Por isso, quando acelero nada acontece, pois o cabo de aço não enrola e acelera a moto. O dono do bar tem uma DT 180 e comenta que acabou de trocar as manoplas da moto dele e comenta que podemos tentar trocar a minha com defeito pela da DT. Ficamos algum tempo desmontando a peça quebrada e percebemos que na minha Tenere 250 são 2 cabos, um que puxa quando acelera e um para puxar o acelerador de volta automaticamente, quando soltamos o acelerador. E na DT tem apenas um. Mesmo com essa diferença fazemos a troca, deixando o cabo de retorno solto.

Atravessando
Trocando a peça

Após alguns minutos nesta função, completamos a troca. Pego a moto e dou uma volta na praça da cidade. A moto está 100%, o acelerador não está voltando como o normal, mas também não está atrapalhando a andar com a moto. Comemoro com meus novos amigos. Agradeço muito a disponibilidade de me ceder a peça da moto, combinamos um valor para ele poder comprar outra para ele e sigo minha viagem. 

Com o acelerador funcionando, mas não 100%, desisto de seguir pela estrada real e sigo pelo asfalto. Rapidamente chego a carrancas, na sequência Cruzília. Paro em cruzília e compro alguns queijos para levar pra casa. Continuo o caminho passando por Caxambu, Pouso Alto, Passa Quatro. Desço a serra da Mantiqueira, cruzando para Cruzeiro, já em São Paulo. Sigo pela dutra até Guaratinguetá, saio sentido Cunha e já estou praticamente em casa.

Parada em Cruzília

Chego de volta em Paraty, já à noite. Chego cansado, mas satisfeito.

***

Acabei não fazendo o trajeto que queria, mas fiquei feliz por ter passado por esse problema. Isso fez com que eu me sentisse mais confiante para encarar uma viagem para o Atacama, algumas semanas após esta viagem. 

Provavelmente a peça quebrou devido a caída que dei no mata burro. Eu não caí da moto nem nada, mas foi uma bela de uma pancada.

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Leonardo

Amante da natureza. Pedala, corre, surfa, faz trilha, rema de SUP, caiaque, canoa, viaja de carro ou de moto. É pai de 2 crianças lindas. Vive a vida tranquilamente em Paraty. Procura o contato com a Natureza diariamente, mesmo trabalhando como desenvolvedor de software 8h por dia. E ainda arruma tempo para viajar.

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